quinta-feira, maio 03, 2007

O furo é mais embaixo





Tia Yeda e seu governo míope estão se pautando pelos apelos de três grandes grupos econômicos poderosos que desejam investir pesado no estado com o florestamento de eucaliptos. O plano destas empresas não é apenas local, mas envolve também os nossos vizinhos do prata e estão causando a maior confusão diplomática.

A Argentina não se conforma com a falta de honestidade das papeleiras que fizeram várias promessas de investimentos em troca de liberdade de ação (leia-se plantar onde quiser) e entre outras uma usina de processamento de papel. Ocorre que o Uruguai fez melhor oferta (mais "liberdade") e acabou levando a fábrica. Faltaram com a palavra com os argentinos, mas afinal isto não tem qualquer valor aos investidores.

A instalação da fábrica no Uruguai causou uma onda de descontentamentos no país vizinho que levantou a bandeira ecológica para protestar, muito embora quizesse para si a fábrica poluidora, não aceita sua localização na fronteira no lado do Uruguai. Queriam a poluição (motivo da celeuma) só para eles, argentinos. Estranho, mas tendo a concordar com eles....

Mas o fato é que aqui, as papeleiras financiaram metade dos deputados estaduais de vários partidos, quase todos, quase (o PC do B também levou uma reba). Este motivo por si já justifica esta sanha apaixonada de alguns deputados pelo eucalipto, são estes que gritam e berram na TV defendendo a árvore. Com tamanha bancada na Assembléia e o envolvimento até os gargumil por parte do governo as baterias estão na direção da FEPAM e Secretaria Estadual de Meio Ambiente.

Ou aprova os investimentos do jeito que as papeleiras querem ou vai todo mundo pra rua até encontrar alguém que aceita fazer o "serviço". Sempre tem um venal e sem vergonha para este papel de Judas.

O problema é que a FEPAM hoje está reduzia a um terço de sua necessidade e o problema não é o zoneamento para as papeleiras, mas estratégico. O estado não voltará a investir com o seu recurso ou com o federal (quase a totalidade) sem licenciamento ambiental que é feito por gente. TODOS os investimentos do PAC estão nesta dependência. O estado irá perder investimentos até maiores que os das papeleiras se não tomar providências imediatas.

Resumo da ópera, o governo quer transgredir a legislação ambiental com apoio da bancada do eucalipto e esquece do infra-estrutura para os organismos ambientais do estado. Sem falar no desmonte das estruturas existentes até há pouco.

Ou seja estão no atacado e o problema está no varejo. Para nós mortais, fé no Ministério Público gaúcho que não recebeu verbas de papeleiras e deve ser o guardião do futuro dos gaúchos e da lei, oremos.





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Um comentário:

Anônimo disse...

Agente,

O licenciamento ambiental vai ficar mais rápido porque os trabalhadores da Fepam estão ficando constrangidos de tanto serem chamados de "ideológicos".