Imprensa Marrom
25. 04. 2007
FOLHA ONLINE: O DOSSIÊ FOI COMPRADO? ISSO SIM É NOVIDADE!
A imprensa noticia tanta bobagem, e ao mesmo tempo deixa de lado verdadeiras manchetes bombásticas. Pelo menos é o que podemos concluir ao ler um trecho da reportagem de Gabriela Guerreiro, publicada no Folha Online. Vejamos o excerto:
“Os advogados dos partidos de oposição informaram que vão analisar a decisão para depois definirem se vão recorrer ou não. O julgamento ocorre seis meses após o episódio da compra do suposto dossiê.”
A jornalista manteve aquela mania de escrever “suposto” antes de qualquer coisa que possa ter um mínimo de polêmica (outra estratégia é usar verbos no futuro do pretérito). Mas, ao mesmo tempo em que é extremamente cautelosa com o idioma, ela TRAZ UMA NOVIDADE.
Ora, ora! O dossiê (que existe, sim, não é suposto: apenas não se sabe se é verdadeiro ou falso, mas que existe, existe, pô!) NUNCA FOI COMPRADO. Não houve compra. Segundo os indícios, provavelmente haveria. Mas não houve.
Desse modo, é errado dizer que se trata do “episódio da compra do dossiê”. Para manter a linha da cautela, ela poderia escrever “episódio da suposta tentativa de compra”, já que os réus, por acaso, foram julgados INOCENTES.
Aliás, é bom lembrar que a reportagem é para isso, mesmo: divulgar a inocência dos principais acusados. No mesmo texto, noticia-se um fato que efetivamente não ocorreu (pra começo de conversa, caso isso tivesse ocorrido, os réus não seriam inocentados; pelo menos não nos termos da decisão que consta da própria matéria).
É mole?
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Um comentário:
Está aí: jornalismo do futuro do pretérito não existe!!! É uma artimanha sacana para inventar fatos e criar as versões que passam a ser encaradas como reais, verdadeiras.
Haja paciência com esta gente que escreve desta forma e com aqueles que acreditam nessas versões...
Abraço!
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