sábado, novembro 17, 2007

Tudo gente fina



Políbio Braga
Depoimento feito ao editor desta página: “Contrariamente aos meus hábitos de agora, fui almoçar no Gambrinus (no mercado público de Porto Alegre). Sozinho, pedi almôndegas, feijão mexido e arroz. Prato delicioso. Mas, para ser gentil, indaguei do baixinho Zé, o bageense, o garçom que tantas vezes me atendeu outrora, como andavam os negócios e ele me respondeu assim: "Olha, diretor - ele me trata assim, bem subserviente - negócios mais ou menos. Com aquele troço da TAM perdemos uns cinco ou seis cliente. Depois, foi a vez da merenda escolar, lembra? (eu não me lembrava). Aquela turma sumiu, mas antes bebiam quase uma dúzia de garrafas de vinho de setenta reais ou até mais, mesa grande, comiam e se fartavam. Me convidavam até, no final, para eu ir ao Tia Carmen. Nunca fui porque tenho que trabalhar. Mas era uma gente fina; veio aquele escândalo e sumiram todos. Não gastam mais aqui, é claro. Depois, o Macalão, o do selo, sempre foi nosso freguês e sumiu também. E agora, vem este assunto no Detran. Fiquei horrorizado quando li na ZH. Tudo gente boa, fina, tranquila. O Lair, aquele alemão alto, o casado com a miss, gostava de uma rabada e de mocotó, como ninguém. Não, minto: quem gostava do mocotó era a mulher dele.Mas eu até pensava que o Lair fosse empresário, e vejo agora que era político. Puxa, vamos perder também toda aquela turma. Assim, não posso dizer que o negócio esteja bem. Está mais ou menos." Reconfortei-o. E dei uma boa gorjeta ao sair, e fiquei pensando nos azares da vida”.


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Um comentário:

A CARAPUÇA disse...

Aliás, Tia Carmen, muito frquentada pelo pessoal da RBS...