terça-feira, outubro 23, 2007

Cinema nacional


Nascimento atua no Turano em nome do Papa

Eu sempre fui crítico do tal cinema nacional, sou do tempo que um bom exemplar era filme como "Paraíba, Mulher Macho" e outras maravilhas do mesmo naipe. E tinha idiota que achava lindo só porque era brasileiro.
Foi uma longa noite de trevas em que eu saía do cinema revoltado com tanto filme ruim. O primeiro que me chamou a atenção foi "Verdes Anos", um filme lindo que contava uma história simples de uma grande paixão e muita identidade com os meus sonhos. Passei a perceber que bom cinema era possível, mas que os caras não faziam por escracho mesmo. Era piada de mal gosto, gozação dos diretores.
Quando assisti uma entrevista com Geraldo Thomas tive certeza. Tem intelectual que faz arte e cinema só pra rir da cara do espectador, não da minha.
Assisti a Cidade de Deus maravilhado, o som, a fotografia, o roteiro e edição eram fabulosos. Os atores eram de primeira linha e uma história envolvente e que comoveu a todos que o assitiram. Agora com Tropa de Elite foi ainda mais intenso, pois o filme tinha um elemento interessante: um tapa na cara da pequena burguesia urbana que sustenta o tráfico. As críticas à violência e tortura mostradas nas telonas, digo que são descabidas. Ninguém criticou o Bruce Willis na série Duro de Matar, ou Al Pacino nos diversos papéis de policial charlatão, ou ainda Alan Delon por ter feito um mafioso assassino. Tortura e violência policial são elementos cotidianos, final feliz só em filme de Walt Disney. Capitão Nascimento é o nosso John Wayne.
O cinema nacional parece ter encontrado seu eixo, realista, contestador, ao mesmo tempo não deixou de ser entretenimento e compreensível aos mortais sem ser óbvio.


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