quarta-feira, janeiro 28, 2009

O distrato do contrato inexistente


We, the people


Tia Yeda se enrolou toda na história da consultoria para "melhorar a imagem" do governo. A empresa elaborou uma proposta que foi apresentada para o secretariado estadual onde se encontrava o primeiro damo. Como se sabe, o esposo da governadora era o presidente do Conselho de Comunicação. O primeiro damo detonou a proposta e isto vazou para a mídia.
Resultado, Tia Yeda demitiu o esposo e rompeu o contrato da empresa de consultoria. Coisa linda se não fossem os detalhes.
Ninguém sabe o que era o tal "Conselho de Comunicação" e qual o seu papel, seu presidente era honorífico, ou seja, nada recebia do erário. Carlos Crusius trabalhava pro bono, de graça. Estranho. Mais estranho ainda era a razão pela qual ele se encontrava numa reunião do secretariado e com poder de veto a uma proposta apresentada! Ora, o cidadão era voluntário, mas mandava pra valer?!
Como pode a governadora romper um contrato que nunca foi assinado? A tal consultoria nunca passou por uma licitação ou perto da procuradoria para assinar qualquer contrato. Segundo a governadora foi feito na modalidade "zero pila". Ora, no serviço público esta modalidade não existe! Para doar algo para o governo do estado seria necessário licitar, pois à rigor poderiam haver mais interessados.
Outra balela ilegal é dizer que se tratava de "um contrato de risco". Isto tão pouco existe na previsão legal. Seria necessário o governo abrir um concurso público com regras claras a todos os interessados e um juri previamente definido escolher a melhor proposta. É o que diz a lei. E se Yeda gostasse da proposta, alguém poderia me dizer como a consultoria seria remunerada?! Continuaria sem receber nada?! Mesmo!!!???
Mas a governadora parece estabelecer seu próprio mundo legal, onde sua filha e seu marido trabalham sem receber e seus secretários são trocados com velocidade astronômica com envolvimento com casos de corrupção e investigações de todos os tipos. Até sua casa está envolta em nuvens pouco nítidas. E só foi aliviada por ter "comprado" antes da posse, a malandra.
Vários pontos aqui estão nebulosos e necessitam de explicações, cadê o MP?!

2 comentários:

Anônimo disse...

Este episódio é mais um característico deste governo.
A nível federal, apesar do senso-comum que tenta ser criado, e de alguns "aloprados", nunca a corrupção foi tão combatida, e isto nem a imprensa consegue muito esconder.
Já o governo estadual é autoritário e totalmente corrupto, consegue ser pior que o governo Britto, mas o "baronato gaudério" e o seu panfleto-mor, ZH, fazem força para parecer o oposto.
É por isto que setores mais lúcidos da direita guasca procuram alternativas mais sérias, mais confiáveis, mais viáveis para 2010... é neste contexto que entram balões-de-ensaio tipo Fogaça.
Falta combinar tudo com a população, claro, e falta o outro lado mostrar a sua cara, não cometendo os mesmos erros de autofagia e conciliação maluca do passado recente... por isto não esqueçam: o baronato está vivíssimo...

Anônimo disse...

MP pelego: como quase tudo no Brasil, infelizmente, os juízes, desembargadores e magistrados em geral costumam quase herdar esses postos (mesmo que passem na UFRGS e passem em concurso, mas todas as condições técnicas, emocionais e o DNA já estão lá).

Jurados e leis burguesas = país que só prende pra valer pobre, preto e puta.

Até tenho alguma esperança que algo mude com o Detran, com a Daslu e, sobretudo, com o Daniel Dantas. Mas se - e somente se - a Justiça brasileira tornar-se realmente justa, esse paradigma só será quebrado daqui a vários anos, pois os depoimentos, arrolamento de provas, acareações e julgamentos levarão décadas (isso se não expirarem ou se a maioria dos acusados não estiver morta).

O desgoverno mais corrupto e incompetente da história do RS. Bateu Britto de longe. Britto e sua corja vivem de lobby e de informações privilegiadas. Mas com Yeda instaurou-se a corrupção sem demissões nem desconfianças por parte do Executivo.

[]'s,
Hélio