Há poucos anos em Porto Alegre quem discordava do regime era brutalmente reprimido. Éramos estudantes impávidos e alguns poucos sindicalistas que ainda conseguiam despistar a repressão política daqueles tempos. Ouvíamos falar em abertura enquanto apanhávamos como cães no centro da cidade por pedir democracia, eleições e meia entrada nos cinemas.
Era o final dos anos de chumbo e a corrupção campeava. Um parente de foi salvo da bancarrota de sua financeira que emitiu títulos sem lastro, na época era o maior escândalo financeiro do mundo. O cara emitia títulos e saía a vendê-los com o aval da união, na maior cara de pau. Tudo isto com o silêncio das redações amordaçadas pela censura. Os escândalos Luftfalla, Coroa Brastel, o Montepio da Família Militar, e tantos outros.
Bancas de jornais eram explodidas em Porto Alegre por grupos paramilitares que não aceitavam que fossem vendidos jornais como o Pasquim e o Coojornal. Os assinantes destes jornais viam às claras a diminuição dos anunciantes que eram duramente pressionados pelo patronato (via federações e sindicatos) e pela repressão para estancar o fluxo financeiro dos jornais ditos "subversivos". Os jornalões faziam o jogo do poder e mostravam as maravilhas da ditadura. Raramente as redações colocavam algo sobre o regime que logo sumia das manchetes.
Analisando o momento do estado, percebe-se uma regressão nefasta aos tempos do obscurantismo. Fico pasmo com o regime de repressão de volta ao Piratini e a complacência dos jornais da capital. A corrupção campeia e a versão dos réus é a que repercute na mídia, são todos uns anjos e muito amados de todos os comentaristas, nada é aprofundado e ficamos com uma informação fria sem análise alguma.
Yeda é autoritária e quer eliminar seus adversários, anunciou que iria mudar-se do Piratini e ir para o Centro Administrativo. Ficou e baixou a ordem para que ninguém se aproxime. O pior de tudo é que achou um gorila dentro da Brigada que aceitou fazer este ridículo papel de algoz da democracia. Não satisfeita em mandar bater, a governadora ofende os gaúchos chamando os movimentos sociais de vagabundos.
Num dia a imperatriz dos pampas diz que vai implodir o Presídio Central, produzindo o factóide mais idiota que já se viu, puramente diversionista. No outro sai uma matéria "especial" no "diário oficail" sobre o problema do Presídio Central, dizendo que a imperatriz teve uma granda idéia. Ora, vejam bem, se o presídio é um problema que o governo o resolva, afinal se o tamanho importa, que o dividam em três. Só que ninguém pensou nisto.
É o grau de envolvimento desta imprensa com Yeda. Vergonha total. Estamos vivendo um estado de exceção.
Hoje escutei no rádio algo interessante sobre o deputado federal Cláudio Daiz (PSDB), a bolachinha receada da mídia e da governadora e tido como um excelente negociador, embora ninguém saiba quem ele seja na verdade. Pois o Cláudio Diaz seria o novo secretário-geral do governo de Yeda, mas foi desconvidado devido as suas "exigências" não aceitas pela imperatriz. Ninguém perguntou quais seriam estas exigências! Alguns já comentam que foi muito feio o que o deputado fez, pois constrangeu a governadora... sei. Não esquecem que apearam Jair Soares (PP) do Conselho Político do governo por ter idéias distintas da governadora sobre a privataria. Ou seja ou concorda com a imperatriz ou morre.
Pela democracia, pela volta da luz, pela liberdade, pela decência, Fora Yeda!!
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