quinta-feira, maio 08, 2008

Tudo na mesma


Trabalhador contra o tempo, até quando?

Rosane de Oliveira - Surpresa por todos os lados (Rosane)
Na terça-feira à noite, antes de tomar posse para mais um mandato na presidência da Federasul, o empresário José Paulo Dornelles Cairoli disse ter recebido da própria governadora a indicação de que o reajuste seria de 5,5%. Cairoli voltou a defender o fim do piso salarial, que classificou como um desserviço dos governos Fernando Henrique Cardoso, que abriu essa possibilidade, e Olívio Dutra, que criou o piso no Estado.

Como conhece a Assembléia, Busatto intuiu que os deputados acabariam elevando o percentual - e colhendo os dividendos políticos com os trabalhadores. O secretário reuniu o Conselho Político, e seus integrantes concordaram que era melhor o Piratini tomar logo a iniciativa e ficar com o crédito. O índice de 10,62% incorpora a inflação dos últimos 12 meses e a melhora da economia em 2006 e 2007."
Por mais incrível que pareça, há quem defenda que o salário mínimo regional não seja reajustado conforme a inflação no período. Estes empresários estão mais para feitores do que para empreendedores.
A discussão é semelhante a da jornada de trabalho que está sendo pautado pelo governo federal, baixar de 44 para 40 horas semanais de trabalho sem redução de salários seria uma medida positiva para todos, criaria mais empregos e faria uma justiça com mais de 100 anos de atraso.
O sistema tem aperfeiçoado muito seus meios de produção com tecnologia e aprimoramento dos modos de produção, avançando em ferramentas de gestão, mais compatíveis com os valores modernos. Trabalho em equipe, qualidade, multifuncionalidade, o fim da produção em massa e tantas outras inovações.
Porém, apesar destas inovações e aumento de rentabilidades crescentes, os salários tiveram um crescimento sempre atrás da inflação e a jornada de trabalho permanece a mesma.
Ora, como pode um trabalhador ter lazer, cultura e capacitação trabalhando toda a semana e mais no sábado pela manhã, que tempo tem este cristão para as coisas além da materialidade? Às 44 horas deve-se acrescentar o tempo de deslocamento de casa até o trabalho evice-versa, isto toma em média mais duas horas dos trabalhadores e tira do convívio da família ou da possibilidade de estudar.
A discussão esconde uma hipocrisia de empresários que vêm a manipulação dos salários como sua fonte de renda permanente, a mais-valia objetiva. Esquecem que a renda em empresas mais modernas advém principalmente da gestão com ganhos de produtividade muito mais significativos. o capitalismo selvagem praticado no Brasil parece não ter fim e com uma atrofia histórica dos sistema financeiro.
E me pergunto, até quando? (leia mais aqui)

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