domingo, setembro 19, 2010

Mídia e o Alcorão


Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos.

Controversia
O jornalismo espetáculo que toma conta do planeta cometeu seu atentado mais recente ao dar espaço para um maluco chamado Terry Jones que inventou o dia de queimar o Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos, marcando-o para o 11 de setembro, a data dos atentados às Torres Gêmeas de Nova York e ao Pentágono (em 2001).
Queimar o livro sagrado dos muçulmanos foi uma idéia tão idiota que só poderia ter sido concebida por um americano, ou como diria Michel Moore, um americano, branco e protestante. O que o Alcorão tem com isto? Na verdade faz parte da mistificação que a mídia alimenta para levar a grande massa para o lado que quiser.
Os atentados árabes que atingem vários países nas última décadas tem vinculação direta com a presença militar na região, falta de liberdades democráticas, opressão de nações inteiras, apoio incondicional ao genocídio palestino e de quebra, o apoio a governos autoritários, porém aliados. Mas esta é uma visão do problema que causaria dores de cabeça ao Departamento de Estado americano. É melhor vender a idéia que os muçulmanos são loucos fanáticos de uma religião primitiva.
Estive no Egito, em Israel, nos territórios palestinos e na Jordânia. São povos crentes, tementes ao seu deus. Tanto judeus, como muçulmanos têm nas suas escrituras revelações divinas não apenas de forma representativa, mas absoluta. A palavra divina é sagrada, a ponto de não ser permitida sua eliminação. Os Toráhs e Alcorões velhos, usados e sem condições são levados para as mesquitas e sinagogas e guardados adequadamente. Um árabe ao fechar seu Alcorão, antes beija a página para depois cerra-lo, tamanho o respeito que devotam.
Se para mim ou para você que está lendo, isto pode parecer bizarro, acredite que para muitas pessoas não o é. Entender isto é o âmago da questão. Reconhecer que outras pessoas podem entender as coisas de forma diversa da nossa, principalmente em termos de fé, é fundamental para a convivência harmoniosa. Mangas cavadas ou bermudas em igrejas, sinagogas e mesquitas são ofensas e não custa ser recatado na casa dos outros.
Queimar o Alcorão é uma violência e um ato bárbaro. Quem queima livros por si só já seria passivo de reprimenda. Profanação de objetos sagrados, sacrilégio, não tem qualquer justificativa. 


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