Caetano, um pequeno burguês de cabelos brancos

Não levou dindim, ficou brabinho.

'Nada mais burro que isso', responde Lula a Caetano - Estadao.com.br

"Eles têm que assistir a um operário - não tenho vergonha de dizer um operário - ganhar tudo o que eles imaginavam que pudessem ganhar", disse Lula, engatando uma resposta a Caetano. Disse que nesta semana foi "até chamado de analfabeto" e continuou: "É muito engraçado porque tem gente que acha que a inteligência está ligada à quantidade de anos de escolaridade que você tem. Não tem nada mais burro que isso".

Eu li estarrecido a frase de Caetano dizendo que Lula seria um analfabeto. Estarrecido pela gratuidade da agressão ao presidente, não pelo respeito à Caetano. O baiano não se constrange de apoiar em seu estado natal a direita carlista, de mostrar sua simpatia ao Farol de Alexandria, isto eu já vi e estou acostumado. A agressão à Lula não foi um escorregão, Caetano entrou com pedido de R$ 2 milhões para subsídio cultural junto ao governo federal mesmo tendo criticado esta prática alguns meses antes.
O pedido foi negado por motivos óbvios, subsídio não se aplica a eventos culturais que possuem viabilidade econômica. Um show de Caetano vende e muito, assim como sesu discos. É sucesso garantido, não há portanto justificativa ante os critério legais de elegibilidade de propostas de subsídio cultural. Mas a donzela da MPB não gostou e ficou magoadinho, sobrou para Lula.
Como marxista, busco analisar o homem e suas manifestações socias e históricas de duas formas clássicas. Primeiramente com materialismo dialético,  que permite limpar a discussão dos mitos e irracionalidades metafísicas no universo argumentativo utilisando-se da poderosa dialética. Segundo, com a visão transformadora, não apenas contemplativa ou filosóficamente imune ao ambiente.
Digo isto pra bater neste idiota pseudo- intelectual chamado Caetano Veloso. Nos anos de chumbo eram poucas as manifestações públicas que eram permitidas pelo regime, que a tudo e a todos vigiava. As músicas em especial eram o alento de muitos jovens que analisavam as letras minuciosamente a procura de sugnificados ocultos (que na minha opinião tinham bem menos sentido libertário do que até hoje atribuem). A MPB foi influenciada por isto e viveu a época que chamo de "querer dizer". As músicas não podiam dizer, mas queriam dizer algo com profundas metáforas e jogos lingüisticos. Todos fizeram sucesso na época com isto.
Finda a ditadura, imaginei que a MPB entraria numa nova fase, sairia do "quere dizer" para o "dizer"! A liberdade permitiria agora dizer o que deveria ser dito de forma clara, objetiva e transformadora. Nada disto ocorreu, foi a hora da verdade e muitos se acovardaram com raras excessões. Caetano foi um destes que adaptaram ao sistema e aos poucos foram aderindo a ele. Admito que ele teve momentos de talento engajado com o LP "Podres Poderes", mas morreu ali. Hoje é apenas mais um pequeno burguês com medo de perder o que conquistou, de perder seu staus quo, de ver seu patrimônio se dilapidar. Falta pouco para aderir aos "Cansei" de Regina Duarte e Ana Maria Braga, mas é que para isto lhe faltam culhões, assim como para enfrentar o sistema.

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