quinta-feira, maio 14, 2009

O dilema do PDT


Hamlet assinou ficha no PDT


O PDT é um partido em disputa, como já referenciamos aqui no Agente. Ainda não está claro quem dá as cartas e para que lado irá a legenda, se seduzida pela direita conservadora do estado ou se alinhada com a Frente Popular. Ninguém consegue prever quem ganhará, nem mesmo o mais empedernido brizolista.
Vieira da Cunha venceu com a indicação de Fortunatti para vice prefeito de Fogaça, sobrepujou Colares. Com a vitória nas urnas e a possibilidade de Fogaça sair para concorrer a governador, o PDT ganhará de presente a prefeitura da capital do estado. Um presente deste tamanho não vem sem uma conta a ser paga, apoio ao PMDB nas eleições de 2010 para o governo do estado. Com todas estas conjecturas realizadas, o PDT nunca mais retornaria a  Frente Popular. Estaria de vez nas mãos de Veirinha e no colo da direita guasca. Este seria o pior dos mundos.
Mas Colares pode obter uma vitória política neste sábado. Ele conseguiu convocar o Conselho Político Estadual do partido para sábado pela manhã e a pauta nada tranquila será o posicionamento da bancada do PDT na CPI de Yeda. A pauta espinhosa esconde na realidade uma quebra de braço entre os líderes que resumem o dilema shakespeareano vivido pelos pedetistas, ser ou não ser! Entram na CPI e queimar as pontes com o PMDB e tudo de bom que isto traria, ou não entrar e ser surpreendido pelos fatos e cobranças mais tarde.
Hoje são 12 assinaturas, sendo que o DEM promete as duas últimas. São necessárias 19, faltando portanto 5. Sem o PDT seria impossível abrir CPI. O brabo é que o governo também sabe disto e deve estar aumentando a oferta, cargos, empregos e outros benefícios. Tecnicamente o PDT é oposição, mas isto já lhe custou um deputado: Coffy foi para o PSDB.
Vamos esperar ansiosamente se o PDT recupera sua valentia ou se cai na vala como dos partidos populistas que se sentem cansados de guerra e tornam-se covardes. Aliás, ao covarde qualquer desculpa serve.


, , , ,



Powered by ScribeFire.

Um comentário:

Luís disse...

A re-eleição de Yeda acabou no ano passado, e o seu (des)governo acabou agora, politicamente falando... a questão é saber se vai até o fim ou não. Para o jogo eleitoral até seria bom ela terminar esse mandato melancólico e quem sabe ainda sair de candidata-zumbi, por isto é incrível ironia a direita acusar a oposição de querer dar um "golpe".
Mas, para os trabalhadores em geral, funcionários públicos estaduais em particular, isto tem que ter fim, e esta sensibilidade política é que tem que nortear a esquerda, agora e sempre.

Por isto estes meses estão em jogo para decidir os próximos anos, e o PDT no meio...
Depois da perda de muitos militantes/dirigentes dos mais politizados, incluindo Brizola, Dilma, Pedro Ruas, a sigla parece ter cansado de ziguezaguear e estar ficando de vez a reboque da direita... "parece", porque nem todos concordam, principalmente muitas das suas bases do interior gaúcho... aguardemos, pois.

E lembremos: feliz ou infelizmente, o futuro está sempre em aberto, e a conjuntura política atual, imersa na pior crise capitalista desde 29, pode mudar rapidamente - espero que para a esquerda.