sábado, maio 02, 2009

Passagens e desvio de foco




As manchetes de uma semana pra cá mudaram de foco consideravelmente. A putaria no congresso estava vendendo as passagens dos parlamentares por seus chefes de gabinete que embolsavam a grana. Isto é crime, estelionato puro. As agências estavam envolvidas formando uma quadrilha em escala industrial. Este para mim é o foco principal da quaestão.
No afã de continuar a exploração sensacionalista pela imprensa e buscando desviar o foco do crime para uma pauta mais política e portanto mais genérica, agora a questão abordada é a própria distribuição de passagens dos parlamentares. Ora, o parlamentar quando não pode ir a sua base, pode chamá-la a Brasília. Lula tem razão, ele confirmou que muitas vezes chamou sindicalistas para debates em seu gabinete.
Familiares fica um pouco estranho e despropositado, afinal é para uso parlamentar enão particular. Mesmo assim, não há comparação entre um crime (venda das passagens) e um desviu ético (usar a cota do gabinete para a esposa). Atitudes reprováveis, mas desproporcionais em termos de punição aplicável, ou estou errado.
Como os DEMOS da vida foram pegos no crime, seus parceiros midiáticos se viram obrigados a vulgarizar a denúncia a qualquer custo, mesmo que forçando a barra. Vou talvez numa contramão, mas não consigo admitir que simplesmente pararam de falar do golpe em sí e ficam arrolando Luciana Genro e Protógenes Queirós, como se fosse errado trazer o delegado para expor suas investigações cotra Daniel Dantas.
Quero que todos os deputados usem suas verbas de gabinete para desenvolver a democracia, para que os movimentos sociais possam percorrem o país denunciando sua situação, que todos os promotores públicos possam divulgar a elite podre em todos os cantos e que o parlamento seja o tambor que ecoa a vontade popular.

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