Bush ou Obama, guerra na certa
Ao nos depararmos com mais uma crise mundial, buscamos explicações para o que está acontecendo e as suas razões.
Nos últimos 20 anos vimos o mundo mudar vertiginosamente ante nossos olhos, o mapa geopolítico foi alterado consideravelmente e o equilíbrio instável vividos no pós-guerra deram lugar ao retorno do imperialismo dos séculos XV a XIX. A queda da União Soviética e do regime comunista russo pôs fim a Guerra Fria, mas nem por isto o planeta se viu livre de mais guerras.
Nestas duas décadas o discurso ideológico que justificou até então muita carnificina já não tinha mais razão de ser entoado. O fracionamento do estado soviético abriu possibilidades para os americanos aumentarem sua influência no planeta. Afeganistão, Paquistão, Iraque, Arábia Saudita são hoje satélites e guardiões dos interesses americanos, assim como a Polônia e Tchecoslováquia (recebendo mísseis intercontinentais), Kosovo tornado independente a mando ianque e por último o Paraguai (base militar dos EUA na America Latina) e a Geórgia.
Com a substituição da ideologia pela força, fica mais claro e justificado que guerras são meramente disputas de mercados e em nada influenciam outros fatores. Marx dizia que o capitalismo usa sistematicamente a máquina de guerra e da morte como forma de superar suas recorrentes crises cíclicas, manter mercados cativos e se impor como império. As guerras são apenas extensões lógicas da disputa de mercado e territórios econômicos. Nunca se gastou tanto em armas como hoje, existem uma centena de guerras pelo mundo e grande parte delas patrocinadas pelos EUA.
Este novo crash das bolsas pelo mundo inteiro causado pelo desequilíbrio da economia americana trará três conseqüências diretas: inflação mundial, desaquecimento da economia e mais guerras. Os países do terceiro mundo, liderados pelo Brasil, estavam vindo até agora num ciclo virtuoso de crescimento e inclusão. Esta realidade pode estar em transformação neste instante.
A crise de crédito imobiliário americana mostrou a fragilidade da economia mundial e do seu sistema financeiro. Não há muito a nosso alcance para resolver esta contenda, caberá aos americanos fazer o dever de casa e não internacionalizar os prejuízos. As eleições americanas que ocorrerão nas próximas semanas não mudarão muito o panorama, trata-se apenas da escolha do chofer de uma limosine que perdeu o controle e segue ladeira abaixo.
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