Com a direita e pela direita.
Estamos vivendo dias de grande riqueza política, a democracia proporciona o aprendizado necessário para as necessárias transformações. Um dos maiores problemas além da piada de mau gosto que é nosso judiciário, sem dúvida é a imprensa.
Semana passada o candidato de oposição, José Serra (PSDB), declarou que o Brasil viva uma "República sindicalista". Para muitos isto pode parecer apenas uma frase idiota para causar impacto e estampar manchetes, mas aos mais antigos o significado é bem maior. Carlos Lacerda era um jornalista e político de direita que pregava o golpe nas décadas de 50 e 60 do século passado. Tentou impedir Juscelino Kubitschek de se eleger e de tomar posse. Seu discurso era recorrente vociferando contra o que chamava República sindicalista.
À época o discurso do medo usava o demônio ateu do comunismo. Dizia-se que tipos comuno-sindicalistas se infiltravam na sociedade para corrompê-la com valores estranhos às famílias brasileiras que valorizariam a Deus e ao país. Sob esta bandeira que arrebatou a quase totalidade dos idiotas brasileiros, os militares saíram dos quartéis e realizaram a ditadura que diziam combater.
Serra hoje não usa mais o medo do comunismo. Ele é moderno, agora semeia o medo com o novo fantasma do ocidente branco e cristão: o terrorismo. Tenta trazer uma pauta externa e estranha ao país, algo alheio à pauta brasileira. Nada de economia, educação ou qualquer tema que embarace o candidato tucano. O tema agora é a FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Serra diz que vivemos uma República sindicalista e que o PT de Lula tem relações com a FARC, reproduzindo a conversa fiada do seu vice.
Serra já tentou isto antes. Falou mal do Mercosul, defendendo os interesses dos EUA em detrimento do próprio Brasil. Serra delarou que Chávez seria a ameaça para a Amércia Latina, ora isto é a opinião do Pentágono.
Assim, a direita brasileira no meu ponto de vista já atirou a toalha e sabe que perderá as eleições para presidente este ano e já trabalha na desestabilização do governo Dilma com um discurso golpista. Serra está apelando, tem medo de fazer votação vergonhosa como Alkmin que fez a proeza histórica de ter menos votos no segundo que no primeiro turno da eleição de 2006.
Serra não debate o Brasil, não quer discutir seu programa. Ele não pode assumir suas idéias, perderia muitos votos. Ele foge do debate e usa a política externa para destilar seu veneno e vínculo com departamento de estado dos EUA. A imprensa repercute toda esta bobajada besta de forma nojenta, sem crítica ou análise. Uma vergonha.
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2 comentários:
O Serra, ao dar essa guinada para a direita, está traindo sua própria história. Mais um pouco e vai dizer que seus dias de exílio não passaram de agradáveis férias no exterior.
Faz tempo que Serra e o seu PSDB se entregaram à direita para serem a sua representação política renovada, os gestores "modernos" do capitalismo.
Alguns setores de esquerda demoraram a entender isto... espero não haver mais dúvida.
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