segunda-feira, abril 06, 2009

Grenais à parte, Yeda afia o machado


Ao que se percebe nos altos da Matriz, Yeda não acusou muito bem o golpe do desembarque de seus aliados de sua candidatura à reeleição. Yeda não aceita ser trocada pelo poeta Fogaça depois de tudo o que fez. A governadora parece ter a compreensão de que a base que a elegeu estava de acordo com todas as medidas que tomou com o único objetivo de zerar as contas públicas, isto parecia música nos ouvidos da nossa elite guasca.
Yeda quer continuar em novo mandato para poder de fato implementar sua agenda. Déficit zero às custas do funcionalismo e dos serviços públicos seria só o começo. Basta olhar para São Paulo e Minas Gerais que amargam anos de gestão tucana. Yeda não foi além por conta dos escândalos que pautaram sua gestão até aqui.
Os mineiros e paulistas viram de perto a destruição das carreiras, o fim das gratificações, a criminalização dos movimentos sociais, a terceirização maximizada, a alteração dos currículos, o domínio férreo da mídia, a multiplicação das verbas publicitárias, privataria e etc. Ou seja, o estado como vilão ao desenvolvimento. A regra aplicada no mundo inteiro a partir da década de 90 e que levou o mundo à falência. Hoje estas idéias estão por terra.
Yeda entende que lhe devem mais quatro anos para terminar o serviço,  e já estava afiando o machado. Esqueceram de avisar os russos. Yeda está com a popularidade em níveis sofríveis e Fogaça navega nos braços do povo com mais de 60% de aprovação na capital. Yeda correu com o marido do palácio e Fogaça teve sua esposa cantora de supermercado corrida do jogo da copa. Bem feito ao primeiro e pobrezinha da segunda. Fogaça hoje estaria eleito governador. Como pode?
O PT tentará outra candidatura bizarra, tipo Maria do Rosário prefeita, garantindo larga vantagem ao poeta. Será? Inova ao buscar indicar o candidato ainda em julho deste ano, antecipando o pleito, mas poderá reverter uma tendência forte da capital?
O fato é que a esquerda e seus eleitores estão esperando Godot, como na peça de Samuel Beckett. Estão todos aguardando a mudança da conjuntura, que nunca virá se não a mudarmos nós mesmos. Os escândalos se sucedem envolvendo os partidos aliados de Yeda e Fogaça e a população estarrecida observa e percebe seus partidos igualmente estarrecidos e contemplativos. Nenhuma iniciativa concreta até aqui, nada.
Uma pena, através de uma CPI poderíamos saber de tudo ou denunciar os que não a assinarem. Enfim, mostrar alguma reação. Nada. Estão todos esperando Godot.


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3 comentários:

Anônimo disse...

Caro Agente:
O que mais chama a atenção é a ausência de uma oposição de fato, que foi eleita para denunciar as arbitrariedades. Com todo esse silêncio eu temo pelo futuro desta oposição, qual vai ser seu discurso de campanha quando se calaram frente aos desmandos?
abç
Sandra

Fabian disse...

Oi Agente,

concordo com a Sandra. O cálculo político feito pelo PT, de deixar o governo Yeda sangrar pode ser um tiro no pé. O principal candidato de oposição declarado desde o 1º dia de governo está na trincheira do palacinho... até agora, todo mundo está esquecendo dele. Não quero ser mau agouro, mas não sei não...

stanis fialho disse...

Nomes fortes e coesos do PT foram relegados ao quase esquecimento em nome de candidaturas aventureiras e oportunista!
Agora tá brabo achar alguém que consiga unir a oposição.
Tem gente até querendo vice do PTB.
O que sinto saudades é daquele PT que quebrava o pau nas discussões internas mas no final saia unido com um só objetivo. Hoje parece que o inimigo não é o outro lado e sim nós mesmos.
Abraço