quarta-feira, abril 08, 2009

Apodreça na cadeia!


Ditador, facista, corrupto e filho-da-puta
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Pulsar - Alberto Fujimori é condenado a 25 anos de prisão
Alberto Fujimori é condenado a 25 anos de prisão


Ex-presidente do Peru, Alberto Fujimori, foi condenado a 25 anos de prisão pela Justiça de seu país. Ele foi culpado por assassinatos e seqüestros durante seus dez anos de governo.

O tribunal reconheceu que Fujimori é “autor imediato de seqüestros e assassinatos agravados, lesões graves e homicídios qualificados”.

Foi aceita a tese de que Fujimori sabia das ações do Grupo Colina, uma quadrilha paramilitar que conduziu pelo menos duas chacinas nos anos 90 contra opositores do governo e que seqüestrou cidadãos por razões políticas.

Fujimori só pôde ser julgado no Peru depois que o governo conseguiu trazê-lo de volta do Japão, país onde ele também tem nacionalidade.

O ex-presidente havia se auto-exilado no país do oriente para fugir das acusações, mas uma extradição em 2007 abriu caminho para sua responsabilização. (pulsar)


Já foi tarde. A notícia me provocou duas reações, a primeira da memória de Fujimori e outra política. Um país como o Peru consegue expatriar do Japão um ex-presidente e fazê-lo sentar no banco dos réus e ser condenado por crimes de sua administração. O Peru! No Brasil nem governador chega perto disto, Maluf tem contas na Suiça e Jersey e no país anda solto pelas ruas alegremente. A Argentina está movendo ações de responsabilidade contra os seus militares, o Uruguai também está neste sentido. Só no Brasil a coisa está parada e impune. Triste.
Mas em 8 de agosto de 1990 Alberto Fujimori baixou um pacote de medidas econômicas que mais tarde se chamaria de Fujichoque. No início da noite o ministro da Fazenda da ocasião veio em cadeia de televisão anunciar as medidas governamentais para conter o processo inflacionário e a desvalorização da moeda nacional. O presidente não apareceu no pograma, era uma senhor de uns cinquenta e picos de paletó cinza azulado, cabelo com gumex, sentado numa mesa com a bandeira ao lado e um fundo neutro.
Eu não entendia muito o que era dito, mas o país parou para escutar. As ruas se esvaziaram e só se ouvia os cães uivando. O burocrata aumentou o salário uma vez, a gasolina dez vezes e a energia outra dezena. Foi o caos. Nem tinha terminado do o remédio amargo, tanques circulavam pela pequena e turística Cuzco. Tanques com militares e civis armados sobre eles. Um horror.
Nos dias seguintes por indefinição de tarifas públicas, nada de serviço público abriu. Correios, telefonia e etc estavam fechados por não saber o que cobrar. O país parou. Restaurantes fecharam, algumas lojas abriram apenas meia porta, logo à tarde começaram os saques. Correrria pra lá e pra cá, muita confusão. Ao final da tarde senti o chão fugir sob meus pés e retornar, segundos depois um barulho ensurdecedor. Era um carro bomba que explodira ha duas quadras de onde eu estava.
Havia pedaços de um carro vermelho por toda a parte e o portão de um quartel semi destruído. Três militares mortos e duas turistas italianas, um horror. Logo começa um novo saque e o centro da cidade estava repleto de recrutas com fuzis na mão sem saber o que fazer. Me alojei numa pequena loja de uma senhora que chorava, dali via a movimentação em um pânico contemplativo. Pessoas se aglomeravam junto à rua que dava para o quartel atacado que já estava interditada pela polícia militar. Houve uma discussão entre populares que saíram no soco na frente de todos, o militar mais próximo simplesmente resolveu a questão dando três tiros para cima com seu fuzil fazendo todos correr apavorados.
Ficamos em Cuzco três dias sem comida e sem poder fazer uma ligação para casa, minha mãe vendo aquilo tudo na TV já estava achando que o filho seria preso naquela revolução (não seria naquela, mãe!). Que coisa! São experiências que a gente passa na mão de ditadores, eu nunca esquecerei.
Que apodreça na cadeia, filho-da-puta! (com ou sem hífen?)


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Um comentário:

Sueli - Porto Alegre disse...

YES !!!!!!!!