segunda-feira, dezembro 08, 2008

O Brasil na crise mundial


Crise imobiliária americana longe do fim

No final de semana juntei familiares para comemorar o aniversário da minha mãe. Dona Leocádia está fazendo 71 anos dia 9 e nada como uma janta no sábado na casa do filho. Bem, para não dar muito trabalho e satisfazer a todos, encomendei uma Paella com o Dom Manoel. Este famoso paellero é um amigo da casa e gosta de conversa.
Papo vai e papo vem, Manoel conta que suas vendas para o final de ano, festas de empresas, entidades e afins, estão cerca de 50% menores se comparadas com igual período do ano passado. Simplesmente as encomendas não estão ocorrendo. O mesmo fenômeno se percebe nos locais de happy hour no centro de Porto Alegre. Em outros anos nesta época agendar um espaço para comemorar o final do ano era uma tarefa exaustiva, não haviam locais disponíveis. Hoje está uma barbada.
A incerteza internacional afeta os mercados mais subjetivamente do que objetivamente. O medo faz com que todos se resguardem acumulado uma certa reserva em poupança ou algo assim. Fora alguns setores que realmente estão acusando o golpe, como as montadoras e sua cadeia produtiva, não há fatores econômicos neste momento que justifiquem o medo. A crise está situada nos países desenvolvidos e em seu sistema financeiro, com reflexos secundários no Brasil em grande parte pela política desenvolvida no governo Lula, em grande medida o PAC, as reservas internacionais e a diversificação das exportações.
O PAC está alavancando a economia injetando recursos em infraestrutura, somado ao incremento no financiamento da construção civil, são bilhões de dólares movimentando o sistema de forma a atravessar a tempestade. As reservas estão batendo recorde em novembro, 205,7 bilhões de dólares e os depósitos compulsórios estão diminuindo (272, 219 194 bilhões de reais em setembro, outubro e novembro) aumentando a disponibilidade de recursos nos bancos e o crédito.
Outra grande iniciativa de médio prazo adotada que agora está trazendo benefícios a nossa economia é a diversificação das exportações. Para se ter uma idéia, em 2002 62% do que o Brasil exportava ia para países desenvolvidos (EUA, Europa, etc). Hoje este índice caiu para 50% e com tendência de cair ainda mais. Ou seja, quanto menor o grau de dependência nas exportações aos países desenvolvidos, melhor no cenário de crise na economias centrais. Ponto pro Brasil.
A crise ainda será sentida em maior grau no Brasil. Todos os indicadores deste mês começarão a perder a tendência de melhora que apresentaram até outubro e novembro. Desemprego, renda, PIB, inflação e câmbio serão os primeiros a apontar esta nova tendência. Mas tudo indica que o Brasil sairá bem deste momento negativo e numa posição mais previlegiada do que antes dela ter a contecido. Não ter medo do nosso futuro e acreditar que o Brasil se encontrou, esta é a receita para sairmos desta.

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